Educação Sexual
EDUCAÇÃO SEXUAL COMO UM PROJETO LIBERTADOR:
Trabalhando em Educação Sexual nas escolas por meio do Jogo “Me Conhecendo”
A sexualidade é um fator natural da vida de qualquer ser humano. Entretanto, a maioria das pessoas costumam ignorar que este aspecto necessita de atenção, especialmente, em algumas fases da vida e para alguns grupos de pessoas.
Falar em Educação Sexual para jovens é complexo e, quase sempre se torna assunto polêmico: a aceitação de uma Educação Sexual formal é compreendida de forma paradoxal na sociedade brasileira. Para alguns é uma necessidade pela sexualidade ser algo natural a todos, para outros é entendida como o ensino da prática sexual pura e simples. Quando as pessoas observam com insistência e atenção um grupo de jovens com Deficiência Intelectual (DI), isso passa a ser um estigma, algo ainda mais complexo, pois a sociedade costuma ignorar e esconder tudo aquilo que não aceita ou com que simplesmente não quer lidar.
O modo preconceituoso de lidar com a sexualidade de pessoas com deficiência tem a ver com a maneira pela qual, em geral, se tratam das diferenças em relação aos padrões definidores de normalidade. A deficiência e a doença sempre foram fenômenos associados à dor, ao sofrimento e à morte, assim parece difícil diminuir o estigma de desvantagem social que pesa sobre essas pessoas. Por este motivo, as crianças e jovens com deficiência intelectual (DI) necessitam de recursos diferenciados para alcançar a compreensão esperada pelos educadores em diversas áreas de conhecimento, incluindo os aspectos ligados a sexualidade.
A partir destes questionamentos realizamos um projeto de mestrado aplicado em uma escola da rede estadual de ensino fundamental do Estado de São Paulo. Este trabalho atuou criando materiais didáticos concretos e palpáveis, com linguagem acessível e interessante, para que crianças e jovens portadores de DI possam compreender, expressar e dialogar livremente sobre sua sexualidade.
Mesmo com literatura abordando a problemática da sexualidade do DI, muitos pais e educadores continuam manifestando dificuldades e receios quando se fala neste assunto. Tendo em vista esta dificuldade, a qual se apresenta para a sociedade como um todo, acreditamos na importância da participação de todas as pessoas envolvidas na convivência do jovem portador de DI. Espera-se que este trabalho possa intervir positivamente na formação e capacitação dos educadores, buscando uma postura ética que valorize a pessoa em sua dimensão total.
Para tanto, levantou-se dados sobre os conhecimentos e as ações adotadas por educadores sobre o tema ― sexualidade, com atenção prioritária aos alunos que possuem algum tipo de (DI), através de entrevistas com a equipe gestora da Escola e as professoras do primeiro ano do ensino fundamental. Foram realizadas atividades com os alunos de primeiro ano, para compreender suas capacidades e posteriormente foi elaborado e aplicado um jogo didático com as crianças.
Além disso, este jogo esta disponível on line, visando à orientação, aprimoramento e auxílio na formação de professores que trabalham com a educação de crianças e jovens portadores de DI, pais e a sociedade como um todo.
Confira o material produzido:
Karin Elizabeth Krüger
Mestre e integrante GESTELD